sexta-feira, 16 de abril de 2010

Voltar a Ser Criança

Voltar a ser criança
Voltar a ser super-herói
A acreditar em mágica
A jogar bola de pés no chão
Volta r a não sentir dor
A ter sentimentos
A ter amigos
Ter diversão
Voltar aos banhos de chuva
A casa da vovó
A pescar com o avô
Voltar à escola
A chegar atrasado
A ir ao colégio pela merenda
Pelas bolitas
Pelo recreio
Pela educação física

Voltar a ser criança
E retomar meus sonhos
Meus desejos
Minha criatividade
Voltar a rezar
A ter uma crença
A ter doença
Voltar a rir atoa
A ver papai Noel
A correr atrás dos ninhos de Páscoa
Voltar a ter um dia só meu
A gostar dos domingos
A chorar sem vergonha
Ter novamente a vergonha que me foi tirada, ou que perdi no caminho da mudança.
Voltar a amar, a gritar e correr.
Voltar ao tempo dos sentimentos puros e sinceros
As paixonites de escola
Aos amigos das ruas
Aos bichinhos de estimação

Voltar a ser criança
Ter novamente esperança
Voltar a acreditar nos adultos e nas promessas não cumpridas
Dormir e acordar em um mundo diferente
Ter ansiedade,
Ter variedade
Diversidade
igualdade
felicidade
Voltar a ter idade
Querer ser de todos,
Agradar a todos
Se mostrar pra todos
Voltar a ganhar visitas
A ver os parentes e viajar de uma cidade pra outra como se a cada metro percorrido fosse uma aventura
Voltar aos parques de diversões
Aos circos.
Querer ser mágico, malabarista, palhaço.
A domar animais ferozes, a salvar o mundo.

Voltar a ser criança
Voltar aos meus objetivos
Voltar a sonhar
Voltar a pensar
Voltar a ter princípios
Voltar a pensar nos outros
Voltar aos sentimentos
Querer ser gente grande!

Névoa

É como se o ar frio da noite cobrisse meus olhos
Com a névoa branca e a garoa leve
Ele ofusca minha visão, faz-me sentir frio e vazio.

Essas noites longas e frias, em que o tempo sempre parece mudar.
Procuro algo que nem mesmo sei o que é
Tão pouco onde encontrar

Minha mente que sempre está cheia e confusa
Encontra-se vazia e perdida, como se nada fizesse sentido, como se tudo estivesse perdido, é como se ninguém me desses ouvidos e, ou se quer sabe que eu existo.

Procuro com calma uma explicação para algo que não sei onde está
O frio que me corrompe que me treme, que me faz temer...
Essas noites longas e escuras, frias, sombrias de palavras negativas e repetidas, deixam no ar a duvida da certeza, a divida não paga, a celebração do nada.

Parece que nada tem solução, parece que nunca irá mudar, sinto que não saio do lugar, que não consigo respirar, é como se eu não pudesse ver!

Lembro dos teus olhos e sorrisos, dos momentos bons e alegres, das promessas feitas e pagas, dos dias claros, chuvosos, ocupados e vazios.
As manhãs de namoro e as noites de amor, o cheiro do pecado, o gosto do perigo, o medo da descoberta, de ser visto, de ver, de ser, de não ter.

Essa névoa que me cobre, que me engana me iludiu e me confunde.
Névoa vazia, fria e sombria. Toma conta de mim como se eu fosse um objeto largado na rua, deixa-me encharcado, pingando o orvalho, deixa-me astuto as coisas que não tenho mais!