quarta-feira, 17 de março de 2010

Chuva de Novembro

Chuva de novembro,
Novembro de primavera,
De jardim florido,
De flor tão bela.

Chuva de novembro,
Molha o coração,
Coração partido,
Partido pela ilusão.

Ilusão de um amor,
Que a tudo resistiu.
Amor de uma pessoa,
Que nunca existiu.

Chuva de novembro,
Chuva que corta,
O coração de uma alma,
De uma alma morta.

Morta pelo amor,
Que em teus braços nasceu.
Amor que virou ódio,
Ódio que não morreu.

O ódio nada mais é
Que o amor adoecido,
Adoecido pela ilusão,
De um coração partido.


Chuva que dói,
Chuva que acalenta,
Chuva que corrói,
Chuva que sustenta.

Chuva de novembro,
Chuva do amor,
Chuva da lembrança,
Chuva da dor,
Chuva da ilusão,
Chuva sem cor,
Chuva da solidão.

Chuva que molha,
Esta alma perdida,
Perdida no mundo,
Pelo amor esquecida.

Chuva de novembro,
Coração apaixonado,
Amor adoecido,
Sem te ter do meu lado.

Aquelas Quentes - Frias Noites

Sabe aquelas noites em que o mundo parece vazio?
Que não existem outros climas
Outras rimas, ruas, avenidas, becos.
Que é tudo quieto, noites em que o silencio do eco.

Sabe aquelas noites frias de verão?
Que o vento vem quente e ofegante
Que a brisa é leve e vazia
Que as ruas são silenciosas e receptivas
Noites intrigantes convidativas.

Lembra das noites a dois?
Noites quentes esperançosas.
Em que o surto do vento arrancava o silencio dos sorrisos
Em que a brisa não entrava que as pessoas não eram iguais.
Que as ruas não tinham nada, nem cães, nem gatos.
Lembra das nossas noites virtuais?

Em pleno verão algo tomava conta de nós
Esperávamos a hora certa, um momento correto.
Éramos implacáveis, éramos discretos.
Éramos nós, era a sos, eram em devaneios.
Noites que antes eram vazias,
Noites agora não tão sombrias
Noites quentes apesar do frio

Lembra a distancia que era?
O quanto caminhávamos sem nos preocupar?
Lembra que tudo era risos, a cara inchada, o barulho do ar.
Momentos de reflexão, de promesas roubas de flores em vão.
Noites largadas, em que nos perdíamos.
Em que descobríamos novas formas para o amor
Minutos de silencio a espera de alguma novidade
Descobrindo novas formas de experiência humana

Aquelas noites que não voltam
Que viraram lembranças em uma só mente
Duas vidas em uma só, caladas, sofridas, judiadas.
Uma vida perdida, outra aproveitada.
Dias de caminhada, noite, madrugada.
Momentos de um, a dois a três e a vinte quem sabe.
A mesma hora de sempre, na rua carente, com flores inocentes.
Os registros da memória, as flores sem cheiro.
A aceitação espontânea, a felicidade momentânea.

Noites agora sombrias, vazias, caladas.
Noites sem vida, vida sem cor, cor sem dia, dias sem amor.
Lembranças vagas de um coração iludido
De uma vida roubada, de um amor foragido.
Uma paixão disfarçada por um amor sucumbido
Que emergiu de dentro da amizade florida nos campos da verdade
Verdade nem tão verdadeira, desejos nem tão claros,
Águas tão paradas para uma sede tão profunda
Profunda dores perdidas, nas noites quentes de amores.
Amores tão reais quanto às dores carnais

Lembra? Aqueles momentos que não voltarão mais
As falas, bordões e frases implicadas a nós.
Mais propicias que o sentimento, pois eram espontânea.
Como todo o amor que radiava o momento
As nossas ilusões, mentiras e enganações.
Hoje tatuadas no corpo, na mente, no coração.
Perdemos a fé, o amor, a esperança.
Noites de promessas, com nomes de crianças.
Rimas baratas, poesias nítidas, sentimentos ocos.
Carne perdida, alma adoecida, amor destruído, futuro corrompido.
Noites quentes e caladas, noites agora, sem madrugadas!